A notícia está em todos os lugares e canais. A forma de se comunicar mudou. Entenda este novo momento e como fazer parte dele.
Por Gustavo Longo *
A apuração jornalística separa os boatos dos fatos e molda a notícia nas mãos de repórteres e editores. A informação é veiculada em jornais, rádios e TVs e é consumida passivamente pela população em seus lares. Este é o modelo de propagação do conteúdo jornalístico mais tradicional e utilizado ainda hoje aqui no Brasil. Logo, para aparecer faz se necessário estar na notícia – o que explica o surgimento das assessorias de imprensa.
Porém, o avanço da tecnologia remodelou o formato com que as pessoas consomem notícias. As redes sociais, por exemplo, se transformaram em um grande hub, seguido pelos usuários que compartilham conteúdos de seus interesses. Eles mesmos passaram a produzir e divulgar informações na rede. Se antes meia-dúzia de veículos de massa detinham grande parte do conhecimento, hoje qualquer um pode disponibilizar seus pontos de vista na rede, pulverizando mensagens em blogs e páginas na web. A informação nunca esteve tão abundante, o que exige preparação e dedicação de jornalistas e marcas para se destacar e alcançar o público na hora correta.
É preciso compreender este novo momento. Os veículos de comunicação e as marcas não são mais donos exclusivos das notícias. A produção e a circulação de materiais na Internet atendem a uma nova lógica e estão centradas em um sistema colaborativo, derrubando velhos métodos de reprodução construídos nos últimos cem anos. Assim, ao invés de atingir de forma massiva a audiência, o ideal é promover a interação e o engajamento de cada indivíduo, estimulando-o a pegar essa informação e transformá-la em outro conteúdo. A ordem, agora, é fazer a mensagem circular nas mais diferentes redes e nos mais diversos formatos.
O conteúdo precisa ser líquido e inundar múltiplos canais de comunicação. A notícia se transforma em post no Facebook, é compartilhada no Twitter e rende memes no Instagram. O gif pode trazer algum dado, enquanto podcasts e vídeos no Youtube explicam e apresentam detalhes sobre o mesmo tema. Como se vê, não convém ficar restrito apenas a uma plataforma. Afinal, o público está em todas ao mesmo tempo.
Quando há uma ruptura em algo já estabelecido, é comum os envolvidos terem um olhar cético diante das mudanças. Este novo modelo de comunicação exige pesquisa, planejamento e atenção por parte dos profissionais e flexibilidade e dinamismo por parte das empresas. Um descuido pode custar a reputação da marca e a credibilidade jornalística. Contudo, no oceano de dados que se transformou o mundo, estão todos no mesmo barco à procura de um único porto: a ampliação da informação e do conhecimento.
* Gustavo Longo é redator da NB Press Comunicação – gustavolongo@nbcontent.com.br