Por NB Press *
Não é de hoje que as mulheres lutam para serem reconhecidas em todas as esferas da sociedade. 8 de março ficou marcado como Dia Internacional da Mulher em função das diversas manifestações femininas que aconteceram ao redor do mundo pela igualdade entre gêneros nesta data. Conquistamos alguns direitos ao longo da história, mas em 2017 o cenário ainda é alarmante: ainda não temos equiparidade, como mostram dados divulgados pelo IBGE: mesmo trabalhando mais, as funcionárias recebem em média apenas 77% do salário dos homens. Quanto mais pudermos refletir e falar sobre isso, mais contribuímos para as mudanças. Assim, entrevistamos seis mulheres à frente de grandes empresas que comentam as dificuldades de ser mulher no ambiente corporativo.
Rachel Rothier é jornalista de ampla bagagem profissional e acaba de integrar ao time da NB Press Comunicação, como COO da agência. Mas antes de alcançar o atual patamar, fez um árduo esforço: “No início da minha carreira, precisei me impor diversas vezes. Fui à luta, estudei e me capacitei para estar munida com know-how que sobrepusesse a qualquer opressão”, disse a carioca.
O papel da mulher no mercado passou por grandes mudanças nos últimos anos e, hoje, é mais comum enxergar diretoras nas cúpulas empresariais. Uma pesquisa realizada pelo International Business Report (IBR) registrou que a presença de mulheres em cargos de CEO no Brasil aumentou de 5% em 2015 para 11% em 2016. Os números ainda não são igualitários, mas representam avanços: “Estamos longe de um ambiente sem preconceitos, mas vejo evoluções. Dentro da NewBlue trabalhamos com o conceito de meritocracia. Fazemos questão de manter a comunicação aberta e sem hierarquias inflexíveis”, aconselha Michelle Fernandes, VP de mídia e Data Intelligence da NewBlue.
Obstáculos e impedimentos diários
Dentre as maiores complicações presentes no dia-a-dia da trabalhadora, a jornada dupla aparece como maior inimiga. 800 brasileiras foram ouvidas pela ONG SOS Corpo e os Institutos Data Popular e Patrícia Galvão e 98% afirmam ter que se dedicar aos afazeres domésticos após chegar do emprego. Dessas, 71% não contam com nenhum apoio dos homens. Com a chegada de um filho, vem a jornada tripla: trabalhadora, do lar e mãe.
A gravidez também é um assunto delicado nos processos seletivos. “Durante as entrevistas para candidatas uma das perguntas mais recorrentes é sobre os filhos. Por que não perguntamos aos homens com quem eles deixam suas crianças enquanto trabalham? O preconceito deve ser combatido, antes de tudo, entre nós mesmas”, sugere Juliana Ferreira, diretora de RH da Access do Brasil.
As mudanças biológicas impactam o ritmo das profissionais. “O período entre a gestação, o parto e a licença ultrapassam um ano. Eu trabalhei até os nove meses, mas minha rotina obrigatoriamente mudou. Passei a ter consultas médicas periódicas e cansaços demasiados. Vejo mulheres tardando ou até desistindo da maternidade, e essa é uma escolha difícil. É importante ter consciência de que a sua carreira pode ter um ritmo diferente depois de ter um filho”, declara Flávia Pini, COO da FX.
Exemplos para um mundo melhor
Segundo levantamento feito pelo Fórum Econômico Mundial (FEM), só no ano de 2095 a igualdade de gênero no trabalho será mundialmente atingida. Mas algumas atitudes podem ser tomadas agora para transformar a realidade atual. “O empoderamento feminino ainda é muito teórico. Mesmo em empresas repleta de colaboradoras, percebo muita resistência na hora de se livrar dessas amarras misóginas. É necessária uma mudança de cultura e mind set, não só por parte dos líderes, mas também dos liderados”, detalha Allessandra Ferreira, facilitadora, palestrante e sócia da Alle Ao Lado. Mas como fazer isso?
A melhor estratégia é levar a pauta dos direitos femininos para dentro das equipes: “No mês de março, iniciamos uma ação para o dia da mulher com a finalidade de incentivar a discussão e nos posicionar em relação à causa. Trabalhamos também diversas frentes, com ações que sejam relevantes para a sociedade”, adverte Adriana Campos, CEO da Adtail
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