Os aposentados e pensionistas do Estado do Rio estão mais endividados neste ano. O volume de contratos de crédito consignado com desconto direto no benefício pago pelo INSS cresceu 29,7% em julho, na comparação com igual período do ano passado, totalizando 458.629 acordos. Em 2016, foram 353.413 contratos de empréstimo na modalidade.
Os dados levantados pelo INSS a pedido do EXTRA se referem ao total de contratos assinados. Assim, da mesma maneira que um aposentado pode ter mais de um empréstimo contratado, outro pode não ter crédito algum. Ainda segundo dados do órgão, atualmente o Estado do Rio tem 2.926.912 milhões de aposentados e pensionistas.
Segundo dados mais atualizados da Access, empresa de gestão documental, os contratos de crédito consignado praticamente dobraram de volume em 2017 em todo o país. Em cinco instituições financeiras, foram formalizados 1.156.203 contratos de crédito consignado no primeiro semestre deste ano. No ano passado, o número havia ficado em 607.840. Segundo a Access, o volume ficou 20% acima do previsto pelos próprios bancos, que esperavam 962 mil contratos.
Segundo o educador financeiro da DSOP Educação Financeira Edward Claudio Júnior, esse crescimento está ligado ao fato de os aposentados estarem muito endividados:
— Muitos aposentados estão endividados, e o reajuste anual do benefício não acompanha o crescimento do custo de vida, que envolve aumento do valor do plano de saúde e reajuste nos medicamentos, por exemplo. Isso faz com que muitos recorram ao consignado.
O que recomendam especialistas
De acordo com dados do INSS, o valor médio dos benefícios pagos pelo instituto teve aumento de apenas R$ 89,12 em 12 meses — até julho deste ano. O valor médio pago a aposentados e pensionistas no Estado do Rio de Janeiro passou de R$ 1.321,50, em julho do ano passado, para R$ 1.40,62, em julho de 2017.
Para o especialista Edward Claudio, o grande problema do consignado é que, em muitos casos, o aposentado tem mais de um empréstimo, o que faz com que até 50% da renda mensal fique comprometida com o pagamento de parcelas.
Especialistas recomendam nunca ter mais de um empréstimo, já que o parcelamento médio pode chegar a 60 meses. A dica é só contratar em caso de extrema necessidade.