Hoje, o Brasil tem cerca de 13.800 startups mapeadas pela Associação Brasileira de Startups. Destas, 8,8% estão em scale up e buscando grandes rodadas de investimento. Somado a isso, 62,3% das startups brasileiras ainda estão em fase operação e tração, ou seja, buscando crescimento e a primeira rodada de investimento.
Com essa visão do bom momento do mercado macroeconômico em 2021, e disponibilidade de dinheiro, os fundos de private equity anteciparam o momento de entrada, investindo em empresas em estágios anteriores ao que normalmente faziam. Os investidores mais tradicionais estão querendo participar dos aportes em empresas digitais agora.
Diante disso, surge a necessidade de conhecer mais do ecossistema de startups e ter a expertise para saber enxergar as melhores oportunidades. Por isso, a importância de players no mercado, como as ventures builders, que quebram esses paradigmas e auxiliam futuros investidores com formação e educação sobre o mercado.
Quem procura diversificar sua carteira de investimentos investe os tíquetes naturalmente maiores do venture – seja capital ou builder – e sabe que a aplicação é por definição ilíquida. O ciclo de um venture médio é de dez anos, entre o comprometimento do dinheiro e seu retorno, então muita coisa pode acontecer com juros e políticas nesse tempo.
Pensando nesse cenário, se você deseja investir em startups em 2022, me arrisco a dar três dicas para ser mais assertivo:
- Olhe além do convencional. Existem formas atrativas sem cobrança de taxas e comissões, com riscos mitigados, disponíveis no mercado.
- Cuidado com os aventureiros. Estamos vendo várias empresas de investimento se lançarem ao mercado, sem ter nenhum conhecimento de causa.
- Invista em fundos de participação de empresas; CVB/CVC é uma boa opção, tendo em vista ter uma empresa sólida por trás do fundo, o que demonstra a maturidade e a responsabilidade de aplicação do seu dinheiro. Porém, é importante saber se o fundo da corporate tem uma metodologia para ajudar as startups a entrar e crescer no mercado.
Em termos de segmentos, as startups de serviços financeiros seguem como as cada vez mais queridinhas dos investidores. As fintechs captaram US$ 886,8 milhões nos primeiros dois meses deste ano, ante US$ 505,4 milhões no mesmo período de 2021. O Inside Venture Capital, estudo da Distrito, divulgou uma tabela com cinco setores de startups mais quentes neste começo de 2022, por volume de investimento: FinTech, HRTech, RetailTech, AgTech e Real State.
Assim, é importante entender os tipos de investimentos que existem. Não invista em uma startup por impulso, nem em determinado fundo por estar na moda. Em vez disso, estude e procure entender quais são os tipos de investimento e quais são os riscos e as taxas.
Defina a porcentagem do seu capital que será aplicada em ativos de alto risco, tenha sua reserva de segurança. E estabeleça em quais setores e empresas você pretende investir. Quando se investe em startups, o smart money é muito valioso também, ou seja, você pode contribuir além do dinheiro, por isso é fundamental olhar para setores que você conhece e tem relacionamento.
Com essas dicas, é difícil errar. Depois me diga onde investiu e quais foram os frutos disso!
*Ana Debiazi é CEO da Leonora Ventures, Corporate Venture Builder com DNA inovador e com proposta de trazer soluções para os setores de educação, logística e varejo e promover a aproximação entre organizações já consolidadas e startups – leonoraventures@nbpress.com
A Leonora Ventures é uma Corporate Venture Builder catarinense que tem a missão de impulsionar o crescimento de startups que atuam com tecnologias inovadoras no setor de varejo, logística e educação. Nascida das iniciativas do Grupo Leonora, empresa que está presente há 37 anos no mercado, sendo a segunda maior distribuidora de produtos de papelaria do Brasil e presente em mais de 11 mil estabelecimentos, e do Grupo FCJ, maior Venture Builder da América Latina, a Leonora Ventures é mão na massa e eleva o potencial escalável das startups em que atua.
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