Você sabia que dia 11 de fevereiro[1] é o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência? A data foi instituída em 2015 pela Assembleia das Nações Unidas, mas entrou no calendário global em 2019. A data visa a “um acesso pleno e equilibrado à igualdade de gênero[2] e ao empoderamento”.
Eu gosto de atuar em oficinas de criatividade, e STEM é uma das metodologias com que mais me identifico. Quando pensamos em mulheres e meninas na ciência, temos algumas histórias para contar, afinal, o Brasil tem em sua trajetória mentes brilhantes.
Recentemente, conhecemos a biomédica negra Jaqueline Goes de Jesus, que coordenou a equipe no processo de sequenciar o genoma da covid-19 no Brasil em tempo recorde, inclusive ela foi homenageada com uma Barbie personalizada, sonho de consumo entre algumas gerações. Soubemos da história de enfrentamento ao racismo estrutural que a professora Sônia Guimarães, a primeira mulher negra a se tornar doutora em física no Brasil e a ser professora no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos (SP), enfrenta a cada nova turma de estudantes que recebe. Ambas são situações ímpares.
As mulheres no Brasil, inclusive, devem ir até 2024 para a lua, devido ao Programa Lunar Nasa Artemis[3], em parceria com a NASA, mas é importante frisar: chegar nesses “lugares” exige muito de cada candidata, e para a grande maioria talvez não seja possível realizar tais feitos. No entanto, tenho uma boa notícia: é possível exercitar a ciência, inclusive fora dos laboratórios, e aplicar em projetos para buscar soluções reais.
Isso levanta o tema deste artigo. Olhe à sua volta: quantas meninas e mulheres são incentivadas a sonhar serem profissionais nas áreas de ciências?
Você deve estar se perguntando: o que isso tem a ver com o ambiente corporativo, a inclusão e a diversidade?
Como podemos encontrar talentos, se não há meninas e mulheres se preparando para essas áreas? Temos de observar quantas são incentivadas a sonhar, a pensar em ser astronautas, educadoras na área de tecnologia ou a participar de ações como Clubes de Ciências ou Olimpíadas Escolares nas áreas de ciências, robótica, astronomia, entre outras. Você perguntou alguma vez às mulheres que te cercam se na escola, na faculdade delas, havia algum projeto voltado a ciências com prática real ou participação em competições?
A revista Piauí, em um artigo sobre “Diplomas que fazem falta”, destaca que Direito, Administração e Pedagogia são os que mais formam estudantes no ensino superior, no entanto, “entre 2010 e 2019, o Brasil formou 103 astrônomos; os Estados Unidos, a título de comparação, formaram 820 apenas no primeiro ano de pandemia”. Nesse processo, em 2019, formaram-se 29,9 mil professores de Educação Física e apenas 2,4 mil de Física, ou seja, entre os 1,2 milhão de pessoas que se formaram em 2019, menos de 1% são educadores na área de Física.
Enquanto continuamos incentivando que a grande maioria das mulheres estudem para ser administradoras, advogadas, pedagogas, atuações sociais que são vistas como femininas, não há aumento de presença delas nas turmas de ciências, nem em atividades voltadas à tecnologia, não há incentivo para que desenvolvam habilidades nas áreas de física, química, nem habilidades matemáticas, e poucas participam de projetos para solucionar problemas ou propor ideias a partir de conhecimentos científicos.
Hoje, engenheiras, físicas, químicas, economistas atuam nas empresas em cargos estratégicos e não necessariamente fazendo ciências em laboratórios. A carga de conhecimentos matemáticos, raciocínio lógico, processos para solucionar problemas, metodologias e poder de análise, se destacam em empresas onde o elaborar pensamentos e projetos complexos é um diferencial competitivo.
E pode ser que elas estejam à sua volta!
Incentivar meninas e mulheres a se envolverem com ciências é fundamental para promover um processo inclusivo de acesso a oportunidades, ampliar a mobilidade social e a participação ativa dessas mentes brilhantes para criar soluções reais para problemas que podem ser cotidianos ou até mais complexos como os que estão sendo simulados no projeto “Habitat Marte”[4], que tem como objetivo simular o Planeta Vermelho na caatinga nordestina, um habitat de simulação que exige desenvolvimento constante de soluções sustentáveis que permitam pensar em modelos de sobrevida em ambientes complexos e aparentemente inabitáveis.
Imagine se o que for desenvolvido ali puder ser compartilhado em regiões remotas, como tratamento autogerido do esgoto, produção de alimentos em condições adversas, entre outras, que podem melhorar a vida de populações ao redor do mundo, ser sustentáveis e com o menor custo possível, visto que estão sob condições limitantes.
Sua equipe pode se beneficiar de mentes com essa abertura ao novo, ao método de exploração, inclusive com o uso de ferramentas ágeis e uma abrangência de visão sobre pontos que geralmente as pessoas não veem. Essas mulheres adquirem um olhar mais amplo por conta dos desafios científicos que enfrentam durante a formação.
Aqui, fica a sugestão: incentive essas mentes femininas brilhantes!
Descubra se na sua equipe há mulheres interessadas nessas temáticas, se há familiares das pessoas colaboradoras que têm interesse, aproxime-se de grupos em que mulheres estão atuando com o desenvolvimento de times para participarem de Olimpíadas Escolares, incentive meninas e mulheres a conhecerem sobre STEM; aproxime-se de ONGs, escolas no entorno da empresa, por exemplo, seja realmente uma pessoa aliada para a inclusão e o desenvolvimento dos grupos.
Quem sabe elas poderão fazer descobertas incríveis como duas alunas do ensino médio, a Bárbara Wingler e Kazue Nishi[5], da escola pública Centro de Ensino Médio 2 do Gama, que desenvolveram um plástico biodegradável à base da laranja e ganharam uma competição, com suporte financeiro dos educadores envolvidos, porque a escola não possuía recursos para apoiar a pesquisa.
Não temos tudo pronto, e muita coisa pode começar a mudar com nosso apoio e incentivo. Sua presença junto a esses grupos estará fomentando uma base de mulheres que poderão ser talentos incríveis para sua empresa e para a sociedade, melhorando a qualidade de vida de muitas pessoas. Olhe com atenção, elas podem estar à sua volta.
*Samanta Lopes é coordenadora MDI da um.a #DiversidadeCriativa, agência de live marketing – uma@nbpress.com
Sobre a um.a
Com mais de 26 anos, a um.a #diversidadeCriativa está entre as mais estruturadas agências de live marketing do Brasil, especializada em eventos, incentivos e trade. Entre seus principais clientes estão Pearson, IBGC, SBT, ABRH-SP, dentre outros. Ao longo de sua história, ganhou mais de 40 “jacarés” do Prêmio Caio, um dos mais importantes da área de eventos.
Informações à imprensa
NB Press Comunicação
Tel.: 55 11 3254 6464 l 55 11 99937-3715
E-mail: uma@nbpress.com